Orgulhe-se pela maneira corajosa com a qual lidou com os acontecimentos recentes. As batalhas silenciosas que você enfrentou e provavelmente perdeu. As lágrimas que você segurou e as que deixou rolar livremente. Você fez o que deu. Você fez o melhor que podia.
Eu desejo que você se cure dos machucados que te deram mesmo quando você ofereceu o seu melhor.
Perceba que o que também mata é você ficar tentando consertar as coisas que não foi você que quebrou, entende? Depois dos 30 você passa a entender a vida um pouco mais e começa a apreciar as pausas. E agora, neste momento, neste exato momento, é o tempo de uma pausa.
De forma alguma descarte essa tristeza. Abrace-a. Saiba que sem ela você não saberia desfrutar da tal felicidade. A solidão e angústia que a acompanham também são solidárias. No momento perfeito todas elas irão embora e ainda restará você. Ainda restará você.
A sobra, o resto, o que ali ainda padeceu tentando se reerguer. A violência, o sexo e aquela tensão que jamais acaba. E por fim, o silêncio. O que vem subsequente ao silêncio é sempre o recomeço. Mas quase ninguém sabe apreciar o silêncio para identificar que está recomeçando. Você não precisa colar pedaços ou, tentar acha-los por aí. Você já está completo.
Não precisamos viver um eterno buscar de não sei o que, não sei aonde. Está tudo onde deveria estar, e o que carece é apenas um sorriso. Aqueles que ficam genuinamente felizes por ver outras pessoas felizes entenderam tudo sobre a vida.
Cheiro de amaciante na roupa. Casa arrumada. Uma moeda na rua. Uma música favorita que toca na rádio. Um filme repetido. Cheiro de café fresquinho. E silêncio.